A produção artesanal resulta em peças únicas porque o seu processo de criação é carregado sempre de muita personalidade e troca de energia. Não é a toa que ao ganhar um produto feito a mão, nós vemos que o valor vai além de sua materialidade. E ninguém melhor do que Cris Paranhos, da ManüMonuMei, com produtos cheios de estilo para nos contar como é criar cada peça e ainda nos dar dicas de como se inspirar naqueles momentos que a criatividade resolve dar uma voltinha. Veja como ela costurou ideias e paixões e criou um lindo cachepot:
“Meu processo criativo nem sempre segue um roteiro muito certinho, mas algumas etapas seguem mais ou menos esse caminho: escolha do material e mão na massa! Mas antes, eu tento sempre imaginar a peça que vou criar. Separo as ferramentas que vou usar, penso nos pontos que vou fazer, no tipo de agulha e cores dos fios. Algumas vezes essa etapa, de pensar em cores e formas, passa pelo papel com canetinhas coloridas e folha quadriculada. Isso me ajuda também a entender melhor as combinações e errar menos antes de tecer. Nem sempre funciona assim, as vezes faço de primeira e vou embora, mas dependendo do projeto é legal ter uma prévia de como vai ficar. Acontece também de mudar tudo e desmanchar o trabalho se vejo que não está ficando bonito.
Já com os fios que escolhi (hoje vou fazer um cachepot para plantas), sento em um lugar confortável e começo a construir minha peça. O legal do crochê é que é uma técnica que você pode fazer em qualquer lugar. Gosto muito de ficar ao ar livre e deixar o tempo passar. As vezes, quando sei que vou ficar parada e terei que esperar (fila de banco, metrô, médico), levo minhas agulhas e linhas na bolsa e adiantando o meu lado. Não consigo ficar sem mexer com as mãos (muito doido isso!). Ultimamente até pra ver televisão preciso chochetar. Se tornou um vício que amo!”
“Como sou bastante inquieta (não é a toa que o slogan da ManüMonuMei é “inquietações feitas à mão”), todo esse processo de criar e fazer com as mãos é algo que me equilibra também.
Fazer crochê pra mim é de certa forma uma terapia e é quando eu deixo fluir minhas ideias e reflexões. O ‘tico e teco” batem o maior papo! Os pontos são bastante repetitivos e acabo entrando num fluxo maluco de pensamentos e movimentos que a imaginação vai longe. Tenho muitas ideias de projetos enquanto faço crochê. Se tornou um vício que amo!”
“Uma das coisas que percebo enquanto estou tecendo é que quando não estou num dia legal preciso dar uma pausa. Nem sempre estamos inspirados ou acordamos saltitantes de alegria, não é verdade? Faz parte da vida e de qualquer processo criativo. E esse respiro é sempre necessário. Paro, levando, dou uma volta faço um café, bebo água…sei lá…mudo o foco e depois recomeço.
Tudo que fazemos com as mãos possui uma energia e com certeza vai refletir no que se está fazendo (seja qual for a sua atividade). Quem recebe alguma peça da ManüMonuMei, estará recebendo um pouco de mim. Acredito muito nisso e tento trazer para o meu trabalho todas as coisas boas que sinto!”
“Voilà! O tempo passou tão rápido e o cesto tomou forma. Cachepot de plantas ou cesto multuso. Tanto faz! :-)”
Nós adoramos todas dicas e adoramos mais ainda o cachepot que a Cris fez. E você, se inspirou nessa história? Conta pra gente!